Já deve ser de conhecimento de todos os crimes que foram realizados na cidade de São Paulo e que foram atribuídos a "punks". Ora, então a sociedade está em risco? Estamos todos ameaçados e fadados a sermos vítimas nessa guerra urbana? E que tipo de guerra é essa? Contra quem? Contra o que? Primeiramente vamos esclarecer alguns pontos...
A primeira coisa que deve ser levada em consideração nesse caso é a definição das coisas. Nós sabemos como a mídia pode ser sensacionalista e certos termos, padrões e rótulos caem como uma luva para esse tipo de mídia marron. O que devemos lembrar é que antes de discutirmos se essas pessoas que cometeram tais atos são ou não punks, temos que ter em mente que, sem dúvida alguma, eles são criminosos. Assim como o são os ditos "torcedores" de torcidas organizadas que vão aos estádios com o único e vil objetivo de arranjar brigas e fazer vítimas. São criminosos trasvestidos de integrantes de um determinado grupo social, deixando assim a responsabilidade em cima desses grupos e não no indivíduo, não nele próprio.
movimento era um foco de moda. Simultaneamente a isso, era revelado ao mundo as primeiras bandas inseridas nesse conceito punk, tais quais como Sex Pistols, The Clash e anteriormente Ramones (esta última de origem Norte-Americana, mas também inserida nesse contexto pela volta à simplicidade musical, um fator determinante no início do punk). O modo de pensar (e agir) punk e seu disurso sobre a liberdade (artística, pessoal, social) acabou se mesclando com um outro conceito, muito mais antigo, o do anarquismo. Estava feita a parceria perfeita. O conceito de anarquismo nos remete a Antiguidade, dos pensadores da Gréia Antiga, queO segundo ponto tem a ver com a própria definição de punk. Etmológicamente a palavra de origem inglesa "punk" é uma gíria que tem em seu significado algo próximo de "moleque". Ao que me consta, uma das primeiras aparições desse termo na grande mídia (mesmo que ainda não tivesse a conotação que tem hoje) foi em um filme de velho oeste estrelado por Clint Eastwood, onde este, fazendo o papel de mocinho e homem da lei, xinga o bandido de "punk" como um sinônimo para "vagabundo". Já o conceito de punk como conhecemos hoje foi uma revolução sobre o pré-estabelecido em várias frentes da sociedade, sendo as principais delas a moda e a música. Aliás, a moda influenciou o começo desse movimento muito mais do que as pessoas pensam, mais até do que a música, sendo que o reduto londrino de onde emergiu tal vem da idéia da ausência do Estado. Muitos veêm a anarquia como sinônimo de "ausência de ordem" quando na verdade quer dizer "ausência de governo" (vendo o governo sob a ótica de agente coercivo ou autoritário). Esse cenário foi formado na década de 70 como uma forma de protesto com a geração anterior, da década de 60, a geração Hippie. Enquanto os hippies viam o mundo como um lugar lindo e cheio de flores, os punks, muito embora também desejassem um lugar assim, sabiam que as coisas estavam muito longe disso. Então eles resolveram ser sinceros e escancarar pra quem quisesse ver (e também pra quem não quisesse) do que realmente era feito o mundo. Tentaram passar através de suas roupas, seu estilo, sua música, a decadência que presenciavam dia-a-dia. E é nessa sinceridade, juntamente com os ideiais libertários do anarquismo, que se baseia o preceito primordial do punk. O D.I.Y. (do it yourself), o "faça você mesmo". E esse é o ponto onde eu quero chegar!

Concluindo, ser punk é ser você. É achar o seu verdadeiro "eu", dar ouvidos a ele, e não fazer algo apenas porque todos fazem e sempre foi assim. E não dizer "amén" e sim "por que?". É romper com pré-estabeleido sempre que o pré-estabelecido nos causa algum mal. E é lutar sim pelo que se acha certo e contra o que se acha errado, mas é também ter o bom senso de meditar profundamente sobre esses valores.
Links:
Revista da Folha - Capa, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
Veja São Paulo - Eles tem ódio de que?
Matéria no Fantástico sobre punks
O Que É Punk - Meu Manifesto, por James Iso
88 FM: Esclarecendo o que é punk... de verdade!
5 comentários:
O "Punk Manifesto" do Greg Graffin explica bem melhor o que é a linha de pensamento Punk, sem esses clichês.
E tem na net também, ou só impresso? Se tiver passa o link ae pra gente!
Valeu...
Ta certissimo cara,
a vida hoje se ve cercada de rotulos,
a sociedade dita as regras:
"Diga teu rotulo e eu te direi quem és",
pois as pessoas perderam a muito tempo esse sentido,
hoje simplesmente qualquer um chega a uma loja de roupas e pensa: "Eu que ser o que?"
E ainda pior "O que eles querem que eu seja?"
Precisamos acabar com isto,
eu quero apenas ser eu mesmo e
não a marca ou o estilo de roupa que compro.
É impressionante, mas o individuo no sentido literal da palavra a cada dia perde ainda mais seu valor.
T+, é isso ai e
Parabéns pelo blog
Brunão 9 Seconds
Tá show de bola o blog, cara...continue assim, levantando discussões realmente pertinentes à cena underground!
Abraço!
muito bom joão, esse texto falo tudo..
Pra mim esses ''punks'' de hj em dia de punk n tem nada, ta mais pra siga o mestre.
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