Qual o jogo de video-game com a trilha sonora mais loka?!?

terça-feira, 10 de junho de 2008

Eco Rock 2008

É galera, eu falei que ia postar com mais frequência, não é?? então...
Durante a semana farei posts mais curtos (convenhamos, eu não consigo escrever pouco...) com dicas, novidades e notícias em geral do cenário underground.
E inaugurando essa seção, vamos falar do Eco Rock!!

Esse evento foi realizado ano passado (2007), embora a dois anos tenha sido realizado outro evento de cunho parecido (o Rock Solidário) pelos mesmos organizadores. E advinhem quem será o responsável por tocar esse projeto esse ano?? Isso mesmo pessoal, esse ano o Eco Rock 2008 vai ficar por minha conta! O Fábio Tardelli, que era o cara que sempre ficou a frente do evento, vai dar uma desacelerada esse ano por causa da facul nova que ele está fazendo, fora outros assuntos pessoais, e me pediu para tomar a frente do projeto. Mas como já é tradição no projeto, não trabalhamos sozinhos nunca! Tudo isso começou em 2006 quando um grupo de jovens resolveu fazer algo diferente em sua cidade (Piedade), mas algo grande, de representação. Então, uma idéia que surgiu numa rodinha de amigos se trasformou em um dos maiores eventos de rock na cidade pelo esforço do trabalho dessa galera que correu atrás dos seus sonhos ao invés de ficar esperando cair do céu. E é esse legado do qual eu fui incubido, encabeçar esse evento que nasceu dos sonhos de um grupo de amigos. Eu faço parte da organização desde 2006, mas minha contribuição era apenas operacional, no dia do evento e alguns poucos preparatórios antes. Agora como o encarregado de levar o nome de tal evento venho dizer que estou seriamente focado nessa tarefa e que esse ano terá muitas novidades. Trabalharei para que este projeto saia da melhor maneira possível e consigamos realizar algumas das metas e idéias que tivemos no ano passado e não foi possível, além de coisas novas para este ano. As bandas estão praticamente fechadas e a data marcada. Assim que eu acabar de verificar alguns detalhes eu já divulgo pra vocês, ok? Mas só para adiantar um pouco, a data vai ser lá pra Novembro, provavelmente dia 15. Pra fechar o post, como eu disse, nesse evento a gente não faz nada sozinho. Quero aproveitar então pra pedir a colaboração de todos vocês. Como é um evento beneficente, sem a intenção de lucrar com o show, não podemos contar muito com o capital, então quem tiver algum talento que possa ser útil na produção e/ou organização e tenha alguma disponibilidade para ajudar, é só entrar em contato comigo. Você estará ajudando não só a a instituição beneficiada como também o próprio Rock N' Roll e as pessoas que acreditam na união e no esforço em conjunto para a realização de um bem maior! Todos serão bem vindos, pois esse é um evento do povo, para o povo (parece coisa de político né?).
É isso ae então pessoal, como sempre, falhei na minha tentativa de fazer um post pequeno. Mas um dia eu consigo! Fica pra próxima...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Straight Edge

Quem é vivo sempre aparece!! E assim, estou de volta no comando desse blog que é referência nacional sobre música e cultura alternativa... Hum... tá muito exagerado... vamos começar de novo...

Bom pessoal, estou de volta! Após alguns meses de desaparecimento (To pensando em fazer uma enquete, será que eu fui abdusido? Ou estava hibernando??). A verdade é que eu estava atolado com outras atividades (para quem acompanha a minha saga a notícia é não, infelizmente ainda não passei em matemática.. realmente eu devia ter prestado pra Jornalismo...). Mas o importante é que eu estou de volta e a todo o vapor! Não vou estipular uma frequência exata de postagens, mas tentarei pelo menos manter a mesma frequência de antes (hum... então vai ser difícil!! hehehe. brincadeira pessoal...).

Nessa postagem de reestréia falarei sobre um assunto do qual meus amigos sempre me perguntam, e eu fico repetindo o mesmo texto. Aliás, vai até ser fácil escrever sobre isso porque já tenho tudo decorado na minha mente! Falarei sobre o Straight Edge!

Vamos a teoria. O straight edge (abrev. sXe) não é exatamente um movimento, tá mais para um estilo de vida, embora isso seja discutível para alguns (existe algumas linhas de pensamento que consideram o sXe um movimento estruturado). Á alguns aspectos controversos e até mitos sobre o sXe, mas o essencial é: abstinência de drogas, tanto lícitas (cigarro, álcool) quanto ilícitas (maconha, heroína). Outro fator em comum é a associação com o punk/hardcore. Normalmente alguém que simplesmente é a favor da abstinência de drogas, demonstra orgulho por essa opção, mas não necessariamente possui algum contato com a cena punk/hardcore é comumente chamada de "drug free" (livre de drogas). Esses são os pontos indiscutíveis do sXe. Outro assunto que está intimamente ligado ao tema é o vegetarianismo. Mas isso não é unanimidade. Nem toda pessoa straight edge é vegetariana, embora isso acabou se tornando muito comum na cena. Uma questão polêmica envolve a sexualidade. Alguns sXe possuiam (e ainda possuem) uma postura (pessoal) contra a promiscuidade. De alguma forma começaram a generalizar essa atitude gerou o famoso mito de que "straight edge são aqueles caram que não bebem, não fumam, não usam drogas, não comem carne e não fazem sexo!" (sim, já tive que ouvir isso muitaaaaas vezes!! hehehehe).
Agora um pouco de História. Tudo começou com uma banda punk de adolescentes de Washington D.C. chamada Teen Idles. Em 1980, enquanto eles estavam fazendo uma turnê pela costa oeste dos EUA (mais especificamente São Francisco) tiveram alguns problemas por causa de suas idades (eram todos menores) e a entrada nos locais de shows (que vendiam bebidas alcólicas e portanto não permitiam a entrada de menores). A solução das casas de show da Califórnia era marcar com um grande "X" na mão dos adolescentes para sinalizar aos empregados do local para não servirem bebidas aos jovens. Ao voltar para Washington os integrantes sugeriram essa idéias aos clubes locais. Nascia assim a marca registrada do straight edge. Mas esse termo ainda não havia sido estabelecido na cena. A palavra "straight edge" só apareceu algum tempo mais tarde, quando dois dos integrantes do Teen Idles (a saber, Ian Mackaye e Jeff Nelson), após seu término, resolveram formar o Minor Threat. Em seu primeiro álbum havia uma música chamada "Straight Edge" que propagou os ideais straight edge pela cena. A pártir daí se seguiram várias outras bandas que compartilhavam as mesmas idéias musicalmente e culturalmente falando. Nos fins doas anos 80, começo dos 90, já haviam outros nichos de sXe que influenciariam a cena com novos temas (como o vegetarianismo e o veganismo), ou nem tanto assim, como uma minoria voltada para a religião Hare Krishna.
Há além de tudo isso algumas boas curiosidades sobre sXe em geral. Ao contrário do que pode parecer de começo, a maioria não faz o arquétipo de "bom moço". Alguns até tem fama de mal-encarados e anti-sociais (eu sou o único sXe bonzinho que eu conheço! hehehehe, brincadeira pessoal!). Agora, se você quer ver um sXe em todo o seu furor, é só dar uma olhada nos bate-cabeças (mosh) straight edge. São normalmente mais "violentos" (em termos de vitalidade e não de maldade) do que o comum (vide o clipe de "The Leaving Song part 2" da banda A.F.I.).

Algumas bandas sXe de destaque:
Internacionais
Minor Threat, SSD, DYS, 7 Seconds, Cause for Alarm, Negative FX, Youth of Today, Gorilla Biscuits, Bold

Nacionais
Point of No Return, Infect, One Day Kills, Linha de Frente, Confronto

Além das várias bandas com integrantes sXe e/ou ligadas de alguma forma a cena (Olho Seco, Dance of Days [das antigas], Colligere, A.F.I., Fall Out Boy)

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Demo do Sideshow Bob - S.A.D.A

Sideshow Bob é uma banda de Ibúna, formada em 2005. Se intitulam de "Hardcore Fusion" pelas influências de outras vertentes que eles incorporam ao seu hardcore (vide a já famosa cover do cantor Ovelha).
Com influências que vão de Sugar Kane e Cuieo Limão a maracatú e samba (!!!) eles lançaram sua primeira demo: S.A.D.A (Sistema Alternativo de Ataque).
A demo contêm 8 faixas, sendo que as 2 últimas são bônus com versões da banda de outros músicos.
A primeira da lista é "Gasolina", qua fala sobre as mulheres que tem o conhecido hábito de, digamos, fazer "amizade fácil" com os homens que se encontram motorizados de certa forma. Com uma levada bem light e uma melodia harmoniosa, se torna uma música de fácil memorização, que é ajudada ainda mais pelo refrão simples. "Lua Cheia" é a segunda, com uma pegada mais rápida, mas ainda bem melodiosa. O tema é sobre relações. Mas não uma relação qualquer. Nesse caso a relação é com, como é dito na música, a "bela cachaça". Sim, é sobre uma pessoa totalmente apaixonada pela famosa cachacinha, o que a torna uma música bem divertida, nos moldes de Cuieo Limão. Já a próxima faixa é mais séria, com um discurso sobre a importância da força de vontade e a necessidade de não desistir tão fácil de seus objetivos. O Baixo possui um grande destaque nessa música, marcando bem o ritmo. Na sequência da demo vem a faixa "Existência", música à qual o vocalista Juninho sempre dedica em seus shows a sua namorada Jéssica. Tem na introdução da música até um sambinha que precede a entrada de guitarras distorcidas. É claramente uma declaração de amor. Na faixa seguinte vem a "Vou te Devolver", seguindo o estilo da demo. Bastante melodia, refrão simples e uma levada de guitarra rápida. Na sequência encontramos "Osama". Não, não o Bin Laden e sim a menina de bigode! Isso mesmo, mais uma letra escrachada, que conta a história da mina de bigode que levou o cara a quase falência. É uma música bem trabalhada, porém ainda mantendo a simplicidade habitual. Novamente vemos aqui mais um daqueles "refrões" chicletes, que você não vai parar de cantar quando acabar de ouvir a demo. As bônus começam com a versão para a música do Ovelha "Te amo que mais posso dizer", mais conhecida pelo refrão "Uou uou iei iei, sem você não viverei", que ficou famosa na voz de "Jeremias muito loko", um destes fenômenos de internet. O segundo bônus é a faixa com a versão da música dos Paralamos do Sucesso "Meu Erro", uma versão que aliás ficou bem parecida com uma feita pelo CPM22 no VMB de 2002.
E esse foi o "rolê" pela demo S.A.D.A do Sideshow Bob. Os caras estão começando agora e apesar da gravação de qualidade abaixo da média eles conseguiram mostrar seu som e seu potencial. Continuem na luta galera!!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

4º Sk8 Rock Fest Votarantim

Aconteceu nesse domingo, dia 18/11, o 4º sk8 rock fest de Votorantim em uma tenda armada ao lado da pista de skate.

Originalmente a primeira banda a tocar seria a Deskcarrego, porém devido à alguns contra-tempos não puderem comparecer. Sendo assim, quem abriu o evento foi a 9 Seconds Aggression. Banda de Ibiúna, já citada aqui no blog, veio com seu já conhecido jeito de tocar. Rápido, pesado e sempre agressivo. Isso tudo sem esquecer das letras politizadas (cantadas em inglês), comuns a banda. E é esse conjunto de coisas que a torna uma das bandas mais completas e concisas de sua região. Na sequência vem a Peligro, de Itapetininga, com sua sonoridade punk, baseada na rapidez dos instrumentos. Com letras também politizadas, porém estas em bom português. Destaque para o abaixo assinado que o pessoal da banda estava agitando, que era a favor da proibição da apresentação de circos com animais selvagens em sua cidade, Itapetininga. Além do mal-trato de animais (que acontece em sua maioria, embora exista exceções), há também o problema do tráfico de animais, que os tiram de seus lares e o principal cliente desse tipo de negócio é o circo. Parabéns pela iniciativa. É muito bom saber que ainda existem bandas que se engajam nessas questões. Em seguida veio a votorantinense Nervo, comemorando seus 8 anos de existência e o lançamento do CD “Eu fiz a minha escolha”. Tocando principalmente as músicas do novo CD, a apresentação contou ainda com a presença de Catatau da banda Instinto. Uma apresentação cheia de vitalidade e força por parte dos integrantes e do vocalista, com uma grande presença de palco. Junte tudo isso com letras que falam de escolhas, ideais e liberdade e você terá a fórmula de uma banda com grande performance e atitude. Aliás atitude parece ser a palavra de ordem para Nelson Jr, o vocalista, que além da banda, mantém o E-zine Grito Alternativo e faz a própria distribuição de seus Cds atingindo assim um patamar onde, de acordo com o próprio, ele mesmo é o seu patrão, usufruindo do fruto de seu próprio trabalho e esforço. Um grande exemplo na cena independente. Psicultura é a próxima banda. Também de Votorantim, segue mais a linha punk, com letras de protesto contra tudo que eles vêem de errado no mundo e em sua cidade. Atiram suas denúncias aos quatro ventos como em “Monopólio da São João” e “Capital do Cimento”. Logo em seguida vem outra banda de Votorantim, a Instinto. Uma banda de tradição na cidade, por ser uma de suas mais antigas, contando já mais de 10 anos desde sua formação. Mandando um hardcore melódico muito bem trabalhado, aparecem com suas músicas próprias e algumas covers como "Quero ser punk com você" da galera do Gritando HC. Uma grande apresentação de uma banda de renome de sua região. E para encerrar, surge o pessoal da Fast Food Brazil com o seu “Iluminismo Musical”, como eles definem sua própria sonoridade. Uma banda que foge da linha de punk/hardcore do evento e vem mostrar sua musicalidade única e marcante. Um rock'n'roll cheio de influências nas raízes brasileiras (que vão do MPB ao forró). É realmente difícil de explicar o som da banda, o que torna o seu show uma experiência única. Realmente o termo Iluminismo Musical vem a calhar, levando em consideração que a palavra “iluminismo” tem a ver com “razão” e de que você precisa estar de mente aberta para compreender tudo o que a banda tenta transmitir através de sua arte. Todos os integrantes são músicos de primeiríssima qualidade e diferente do que muitos podem pensar essa primazia musical não os impede de ter atitude e fazer grandes performances no palco, muito pelo contrário. E mesmo com o desfalque de um integrante, eles fecharam com chave de ouro esse já tradicional evento da cidade e mandaram muitíssimo bem. Parabéns ao Nelson (Nervo), Esquerda (Psicultura) e a Secretaria de Cultura de Votorantim pela iniciativa e organização do evento. E que ainda hajam muitos por vir.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O que é Punk?

Plagiando o título do livro de Antônio Bivar eu começo esse post propondo uma reflexão sobre os fatos que estão em destaque na grande mídia atualmente. O que é Punk?
Já deve ser de conhecimento de todos os crimes que foram realizados na cidade de São Paulo e que foram atribuídos a "punks". Ora, então a sociedade está em risco? Estamos todos ameaçados e fadados a sermos vítimas nessa guerra urbana? E que tipo de guerra é essa? Contra quem? Contra o que? Primeiramente vamos esclarecer alguns pontos...
A primeira coisa que deve ser levada em consideração nesse caso é a definição das coisas. Nós sabemos como a mídia pode ser sensacionalista e certos termos, padrões e rótulos caem como uma luva para esse tipo de mídia marron. O que devemos lembrar é que antes de discutirmos se essas pessoas que cometeram tais atos são ou não punks, temos que ter em mente que, sem dúvida alguma, eles são criminosos. Assim como o são os ditos "torcedores" de torcidas organizadas que vão aos estádios com o único e vil objetivo de arranjar brigas e fazer vítimas. São criminosos trasvestidos de integrantes de um determinado grupo social, deixando assim a responsabilidade em cima desses grupos e não no indivíduo, não nele próprio.
movimento era um foco de moda. Simultaneamente a isso, era revelado ao mundo as primeiras bandas inseridas nesse conceito punk, tais quais como Sex Pistols, The Clash e anteriormente Ramones (esta última de origem Norte-Americana, mas também inserida nesse contexto pela volta à simplicidade musical, um fator determinante no início do punk). O modo de pensar (e agir) punk e seu disurso sobre a liberdade (artística, pessoal, social) acabou se mesclando com um outro conceito, muito mais antigo, o do anarquismo. Estava feita a parceria perfeita. O conceito de anarquismo nos remete a Antiguidade, dos pensadores da Gréia Antiga, queO segundo ponto tem a ver com a própria definição de punk. Etmológicamente a palavra de origem inglesa "punk" é uma gíria que tem em seu significado algo próximo de "moleque". Ao que me consta, uma das primeiras aparições desse termo na grande mídia (mesmo que ainda não tivesse a conotação que tem hoje) foi em um filme de velho oeste estrelado por Clint Eastwood, onde este, fazendo o papel de mocinho e homem da lei, xinga o bandido de "punk" como um sinônimo para "vagabundo". Já o conceito de punk como conhecemos hoje foi uma revolução sobre o pré-estabelecido em várias frentes da sociedade, sendo as principais delas a moda e a música. Aliás, a moda influenciou o começo desse movimento muito mais do que as pessoas pensam, mais até do que a música, sendo que o reduto londrino de onde emergiu tal vem da idéia da ausência do Estado. Muitos veêm a anarquia como sinônimo de "ausência de ordem" quando na verdade quer dizer "ausência de governo" (vendo o governo sob a ótica de agente coercivo ou autoritário). Esse cenário foi formado na década de 70 como uma forma de protesto com a geração anterior, da década de 60, a geração Hippie. Enquanto os hippies viam o mundo como um lugar lindo e cheio de flores, os punks, muito embora também desejassem um lugar assim, sabiam que as coisas estavam muito longe disso. Então eles resolveram ser sinceros e escancarar pra quem quisesse ver (e também pra quem não quisesse) do que realmente era feito o mundo. Tentaram passar através de suas roupas, seu estilo, sua música, a decadência que presenciavam dia-a-dia. E é nessa sinceridade, juntamente com os ideiais libertários do anarquismo, que se baseia o preceito primordial do punk. O D.I.Y. (do it yourself), o "faça você mesmo". E esse é o ponto onde eu quero chegar!
Toda essa história aconteceu a uns 30 anos atrás. Então, qual é o sentido das pessoas se vestirem do mesmo jeito, fazerem a mesma música, repetirem a mesma coisa? O que isso tem de punk!?! Cadê o conceito de "faça você mesmo"? Tá parecendo mais com o conceito de "siga o mestre"! Determinar fórmulas, regras para o punk!?!?!? Não faz o mínimo sentido! Não mesmo... Algo que nasceu justamente para libertar da pressão social aqueles que não se enquadravam, mas que não deixavam de ser menos humanos por causa disso. Algo que fez com que as pessoas pudessem ser elas mesmas, fazendo suas próprias escolhas e se sentindo bem assim, sem depender da aceitação alheia, agora é enlatado, rotulado, para poder ser vendido, como tudo no nosso sistema capitalista. E o que essas guangues de ditos "punks" conseguem com tudo isso? Qual libertação que elas alcançam dessa forma, a base da violência (fisíca)? Em primeira análise parece ser apenas uma forma de afirmação, de aceitação perante um grupo, justamente o que a ideologia punk sempre foi contra. Indo mais fundo nesse assunto, dentro de um contexto social, nos deparamos com um outro fato. O de que nenhum grupo, tenha ele qual ideologia que for, está livre de indivíduos propensos a cometerem atos contrários ao conceito original do próprio grupo e que provoque sofrimento a outros indivíduos. Seja em movimentos urbanos, torcidas organizadas ou religiões (vide casos como a Irlanda, ou a guerra no Oriente Médio). E a imprensa, como o veículo responsável pelo fator da comunicação em uma sociedade como a nossa, deveria estar mais preocupada em retratar as verdades dos fatos em casos como este. Então, acautelem-se pais! Nem todos os filhos que começam a ouvir aquela "barulheira", andar com camisetas e/ou fazer tatuagens com o nome de suas bandas preferidas, ou espetar o cabelo e usar coturno (embora eu seja contra a repetição, ainda mais quando não se conhece os valores envolvidos) vão se tornar criminosos. Apenas os que assim o quiserem, mas não por influência de determinada banda, música ou ideologia (levando em consideração que não seja uma ideologia fascista).
Concluindo, ser punk é ser você. É achar o seu verdadeiro "eu", dar ouvidos a ele, e não fazer algo apenas porque todos fazem e sempre foi assim. E não dizer "amén" e sim "por que?". É romper com pré-estabeleido sempre que o pré-estabelecido nos causa algum mal. E é lutar sim pelo que se acha certo e contra o que se acha errado, mas é também ter o bom senso de meditar profundamente sobre esses valores.

Links:
Revista da Folha - Capa, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8
Veja São Paulo - Eles tem ódio de que?
Matéria no Fantástico sobre punks
O Que É Punk - Meu Manifesto, por James Iso
88 FM: Esclarecendo o que é punk... de verdade!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Gravação do DVD Vilania ao Vivo

Aconteceu nesse domingo, dia 04/11/07, o show que vai sair no DVD ao vivo da banda Vilania, no Espaço Grupo Manto, dentro do projeto Primavera Musical, em Sorocaba.

E sem dúvidas foi uma grande noite para o Rock'N'Roll sorocabano. Quando eu morava na Praia Grande e via a cena da Baixada Santista crescendo, as bandas aparecendo, me lembrava muito o boom da cena Californiana. Em analogia, Sorocaba só pode ser Seattle! O clima do show, as bandas e participações especias lembraram muito a cena onde apareceu grandes bandas como Nirvana e Pearl Jam.
O palco do show foi em um picadeiro e a trupe alimentou a platéia com (além de pipocas!) muito rock'n'roll. Mandando ver nas músicas de sua primeira demo "Orna ou Desorna", também teve lugar para as músicas de seu novo EP "Assenzio Selvatico", entre outras ainda não registradas. Seu talento para letras bem construídas e músicas bem trabalhadas pode ser visto em músicas como Sem Graça e Verde que constam em sua primeira demo. Não É fácil Ser Eu vem com uma levada bem marcante, ao som de solos de guitarras como a muito não se vê. A primeira participação especial foi a de Hugo Rafael (na guitarra e nos vocais) e Ítalo Ribeiro (na bateria) da banda Fast Food Brazil. Quem estava no show teve a oportunidade de ver o Hugo fazendo os sons de jogos do antológico mega-drive (Power UP! hehehe). Quem não foi vai ter que esperar o making off do DVD. Mas o que todos vimos (e quem não viu, verá) foi a participação deles na música sincero, onde Hugo juntamente com a vocalista Thamila, não pouparam a voz e deram um show a parte. Ítalo também mandou muito bem na batera, ele que já foi baterista da Vilania, atua agora com a Fast Food Brazil e está atualmente tocando também com o Volpina (isso que é energia!). Aliás Alê Cruz, atual baterista do Vilania, foi primeiro, baterista do Volpina. Isso mostra bem como é a integração das bandas de Sorocaba, comparando novamente com a cena de Seattle. E por falar em Volpina, Seattle e tudo mais, a próxima participação tem tudo a ver com esse clima. Jairo Sanchez (guitarra) e Felipe M (voz) do Volpina entram em cena para mandarem uma cover da já citada banda de Kurt Cobain. E não podia ser mais apropriado naquela noite inesquecível para o Rock de Sorocaba. No show também podemos ver as composições que estão em seu EP Assenzio Selvatico e que já estavam na boca da galera. Composições de peso, como em Sexo, Drogas e Ultraviolência, energéticas como em Circo de Pulgas e originais como Fotografia e Minha Lentes Ópticas Nesse Tânsito K-Óptico. A última presença no palco junto com os vilões fica por conta de Tom Soares, que tem participação nas letras de algumas das principais músicas da banda, como Noz que é justamente a música em que ele sobe ao palco. Eles ainda tocam singles como Marketing Luther King e a primeira composição da banda, O Vilão. E quando todos pensavam que tinha acabado, como se não fosse o suficiente para uma noite só, eles ainda voltam ao palco-picadeiro para o biz com a música Você Fui Eu, para quebrar tudo e levar o públio ao delírio. Só faltou mesmo a presença de Chuck Hipólito, do Forgotten Boys, que estava prometida para essa noite, porém pelo visto deve ter ocorrido algum imprevisto.
Agora é só esperar o lançamento do DVD para que esteja ao alcançe de todos as emoções dessa que foi, provavelmente, a melhor apresentação da banda!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Entrevista com a The Sams

Olá! No post de hoje, veremos a entrevista que eu fiz pelo msn com a banda The Sams, de Sorocaba. Bom, não digo que foi uma tarefa fácil fazer esses caras falarem sério, mas depois de umas boas risadas, aí está o resultado. Valeu a pena!

JxGx: E aí galera da The Sams! Em primeiro lugar queria que vocês se apresentassem.

Pedro: Meu nome é Pedro Fernandes, tenho 16 anos, meu passatempo é coletar fezes de diferentes tipos de animais, eu sou baixista, vocalista, e escrevo a maior parte das letras também, sou straight edge, vegetariano e ateu.

Tiago: Meu nome é Tiago Valsechi, também vegetariano e straight edge, sou guitarrista e backing vocal. Isso é tudo que eu faço da vida =]

Pedro: Na verdade seu nome é Carniça!

Tiago: Na verdade não é mais virou!

Andrei: Sou o Andrei Kozyreff, tenho 18 anos, sou guitarrista, faço backin' vocals, não sou nem vegetariano e nem straight edge, não ando de skate e ouço muitas outras coisas além de hardcore. Num futuro bem próximo, ainda viro ateu e comunista.

Pedro: E o Vitor é o baterista, ele tem muitos anos de idade, é straight-edge também e gosta de música de emo.

JxGx: Então, por falar em música "de emo", como vocês se definem?

Tiago: PUNK ROCK.

Pedro: Hardcore Melódico (californiano) do começo ao fim, apesar de termos várias influências até estranhas (como música clássica ou ska) a gente não consegue fugir do Hardcore Californiano, está em nós (:

Tiago: Ele está no meio de nós.

Andrei: Eu toco o que eu gosto e estou pouco me fodendo com o que as pessoas gostam de inventar sobre essas coisas de estilos musicais e afins.

JxGx: E o que vocês acham que uma banda deve passar ao seu publico? Que tipo de mensagem você acha valido e até onde começa a se tornar propaganda ideológica ou imposição?

Tiago: Acho que nada é imposição. Cada um mostra o que pensa independente de ter uma banda ou ser um artista ou coisa assim e as vezes outras pessoas vêm uma causa interessante no que você está cantando.

Andrei: Eu acho que a banda deve passar o que realmente acredita, e não falar algo porque é legal ou porque vende. Para mim, a música é muito mais do que mero entretenimento.

Pedro: Acho que a banda deve defender o que acha certo, se você tem a oportunidade de passar uma mensagem para o maior número de pessoas possível, que passe uma mensagem positiva, e construtiva, o que matou o hardcore foram essas bandas com positivismo vazio e alegria adolescente, o hardcore, desde seu início sempre foi um movimento politizado e contestador, fazendo parte da contra-cultura, então acho errado as bandas se denominarem hardcore enquanto sua mensagem não passa nada além de um positivismo vazio. Você deve saber o por que está criticando e no que essa critica vai ajudar o ouvinte a se ajudar e a ajudar o mundo ao seu redor.
E nada é imposição, desde que você conheça as razões e motivações de seu ponto de vista, uma pessoa que critica deus baseada na ciência, pode de certa forma "impor" seu ponto de vista por ele ser provado, e dessa forma ser correto, e o hardcore é o que nos dá essa abertura dentro da moralidade das pessoas, de gritar "Hey, seu homofóbico dogmático de merda, você está errado!" e quem estiver disposto a ouvir e a mudar com nosso ponto de vista, que o faça. Mas acho errado bandas que também só criticam e não apresentam a solução, isso é correr em círculos e criar uma revolta imersa em inércia, como você quer falar o que está errado sem saber o que é certo ? É como ver as coisas aos olhos de um peixe morto.(Entendeu? Peixe morto... hehehe).

JxGx: E no caso de vocês, quais são os temas recorrentes das bandas, e que soluções vocês apresentam?

Andrei: Eu gosto de encher o saco dos religiosos. Enchendo o saco = questionando, que isso fique bem claro.

Tiago: Todos gostamos, mais por motivos específicos não só por que é divertido. Hahahaha.

Pedro: Eu sempre me baseio no princípio do poder da vontade (nietzsche).
Não adianta você querer mudar o mundo e ser um revolucionário se você é podre por dentro, não adianta você querer praticar o bem se faz isso em troca da salvação ou de algum principio imposto. As pessoas tem que ter a consciência de que somos uma grande massa correndo na mesma direção, e que ao ajudar os outros estará ajudando a si mesmo, nada como o princípio Cristão de ajudar a si mesmo pelo seu próprio bem, mas de fato conscientizar que somos todos um só.
E acho que a forma mais obvia e acessível é criticar os padrões impostos, nada que você seja obrigado a "acreditar" ao invés de "entender" é correto, todas as formas de escravidão mental são erradas, portanto direcionamos nossas criticas a moral religiosa da pessoa, e à consciência coletiva. Também apontamos e rimos de erros medíocres da igreja e de seus fiéis cabeças-de-vento.
E claro, a nossa relação política atual com o mundo de colônia/colonizador, eu procuro não defender um ponto de vista nem de esquerda nem de direita, acho que nosso grande lance é fazer a pessoa pensar por si só, e por meio de seu raciocínio achar a melhor forma de viver, que não prejudique as outras ao redor.

JxGx: Na banda, as letras de todas as músicas são em inglês. Vocês não acham q isso dificulta o entendimento para aqueles que mais precisariam entender então?

Pedro: Eu preferi escrever em inglês pois nossas letras não tratam de temas limitados a uma região, ou a um grupo étnico, nós falamos sobre a humanidade, e pelo inglês ser a letra mais "entendível" atualmente no mundo, escrevemos em inglês.Sem contar que diretamente não possuímos quase nenhuma influência nacional, e a sonoridade da língua portuguesa não é das mais melódicas.

Andrei: Eu acho que o inglês por ser uma língua universal, facilita muito para banda ser reconhecida e sua mensagem ser passada não só aqui mas como lá fora também, ainda mais com a ajuda da internet. Eu não acho que letras em português sejam inferiores. Gosto de inúmeras bandas daqui e as admiro muito, mas não acho que isso cairia bem para gente.

JxGx: A maioria de vocês são sXe (straight edge) e vegetarianos. Vocês abordam isso também em suas letras?

Pedro: Não abordamos diretamente o fato de sermos sXe's e vegetarianos, nós falamos que a bebida, as drogas e o cigarro são prejudiciais a você e a sociedade, que isso faz mal e é um tumor no peito da humanidade. Mas não levantamos a bandeira straight edge, isso é mais uma decisão pessoal nossa.
Nós não dizemos "pare de fumar e beber, seu viciado de merda", nós só falamos "ei, cara, tem um câncer em você".
Não deixamos claro o fato de sermos straight edges, mas deixamos claro o fato de sermos contra os vícios que arrastam as pessoas pro buraco, seja ele em substancias químicas, em homens pelados em cruzes, ou em programas de televisão.

JxGx: E quais são os planos de vocês para banda? O que vocês tem em mente a curto e longo prazo?

Andrei: Eu quero viver de música.

Pedro: Nós estamos nos preparando para gravar um novo EP, e já surgiram algumas produtoras interessadas em fechar contrato, estamos programando uma turnê para o ano que vem com os Atomic Nachos de Campinas e juntando dinheiro pra estarmos sempre nos renovando e podendo gravar coisas novas, portanto, COMPREM NOSSAS COiSAS. Mas acho que nossa intenção, sempre foi e sempre será tocar fora do país, e como as coisas estão indo creio que isso será possível no final do ano que vem, felizmente!

JxGx: Vocês acreditam em um meio auto-sustentável dentro da cena independente (seja nacional, seja gringa), ou acham q para viver de música é realmente preciso se render às gravadoras do "mainstream"?

Pedro: A Epitaph Records (maior gravadora atual no meio alternativo) é um bom exemplo de auto-sustentabilidade independente, eles correram atrás e conseguiram o que queriam, mas acho que hoje em dia, na cena alternativa, é impossível, pois o hardcore em si já foi enlatado e comercializado, e já conseguimos ver o efeito "crista/vale" na cena alternativa, fenômeno que só ocorria no mainstream.
A moda passada foi o emo, depois os emos se dividiram entre indies e screamos, logo essa moda vai passar, e surgirão outras, assim como no mainstream, onde a grande onda era o funk, agora são as micaretas.
Pra você desenvolver bases concretas e viver do hardcore, você tem que ser muito fiel, trabalhar quatro vezes mais que qualquer músico normal, se inovar sempre, se destacar, fazer seu próprio negócio, e ainda se contentar com o pouquíssimo que vai receber. Isso eu digo na cena nacional, pois apesar de ainda existirem algumas pessoas que fazem as coisas porque gostam no Brasil, na gringa é muito mais fácil crescer e receber o devido (e merecido) destaque. Lá o hardcore não é só um estilo musical, mas um fenomeno cultural.

Andrei: Eu acho que é difícil viver só da cena independente. Mas eu não sei como que é em outras cidades. Se for pensar em viver de uma banda em Sorocaba você já cai duro no chão. Mas não é impossível. Há muitas bandas respeitadas na cena independente hoje em dia que estão anos na ativa batalhando por um reconhecimento. Viver de música não é uma das coisas mais aconselháveis, porque você precisa gostar muito.


JxGx: E qual é a influência de vocês? Lá fora e se houver, aqui no Brasil.

Pedro: Nietzsche, Peter Singer, Greg Graffin e Brett Guerwitz.
Musicalmente minha maior influência é Tomas Kalnoky (Catch 22, Streetlight Manifesto, Bandits of the Acoustic Revolution).
Mas também curto muito Black Flag, Minor Threat, Bad Religion (especialmente bad religion), Pennywise.
Fora do Hardcore eu gosto de música pop, a sonoridade e a facilidade de transmitir uma mensagem de alguns artistas me impressiona, e de MPB.
E acho que seria hipócrita se negasse a influência do pop-punk.
Mas falando da The Sams em geral, somos basicamente movidos à tríplice "Bad Religion/NOFX/Rancid".

Andrei: Aí depende muito, porque cada um de nós possui influências bem diferentes. Vou falar só por mim. Minha banda preferida é o Iron Maiden, mas eu ouço muitos estilos diferentes. Ouço muito Ramones, Slayer, e até Christina Aguilera, Mozart, passando por MPB. Seu eu ficasse falando tudo o que eu ouço aqui, nós ficaríamos até amanhã.

Pedro: Atualmente tenho escutado muita música Folk, como Chuck Ragan e Johnny Cash, e isso está se refletindo em algumas de nossas músicas.

Andrei: Ultimamente tenho ouvido bastante Arctic Monkeys, My Chemical Romance, Lars Frederiksen and the Bastards, Bad Religion e muitas, muitas outras coisas.

JxGx: Bom pessoal, então para finalizar, deixem o ser recado!! O espaço é de vocês agora...

Pedro:Comam seus vegetais e estudem, façam uma faculdade e não deixem ninguém (além de mim) lhes dizer o que é certo ou errado.
Pessoas ignorantes são mais fáceis de serem dominadas, portanto, estudem!
E entrem em algum de nossos 300 sites (N.E.: lista de links no final da entrevista) e ouçam nossas coisas, leiam nossas letras, e comprem nossas coisas, se vocês não comprarem, a gente joga elas para vocês nos shows, então, compareçam aos shows.
E se vocês acham que algo está errado, boicotem, não adianta participar de algo errado achando que você não vai fazer diferença.
E meu pênis tem gosto de marshmallow com cobertura de morango, experimentem.

Andrei: Valeu, galera. Obrigado a todos que comparecem aos shows, pois são vocês que realmente nos apoiam e nos fazem ter vontade de continuar. Usem camisinha, não usem drogas, o Capitão Nascimento não é herói e eu morro de dó do Luciano Huck. Abração ! Valeu =D

*** Links ***

http://www.myspace.com/xthesamsx
http://www.thesams.kit.net
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1224378
http://www.purevolume.com/xthesamsx